terça-feira, 29 de junho de 2010

À espera do amor .

"O meu amor eu guardo para os mais especiais. Não sigo todas as regras da sociedade e às vezes ajo por impulso. Erro, admito. Aprendo, ensino. Todos erram um dia: por descuido, inocência ou maldade. Conservar algo que faça eu recordar de ti seria o mesmo que admitir que eu pudesse esquecer-te, pois só se lembra de algo que já tenha esquecido. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar isso. " Algumas por medo de perder amizades, outras por medo de receberem um não. Será que arriscar-se é mesmo a melhor saída ? Muitas pessoas acreditam que sim. Afirmam que perdemos algo por medo de perder. Não concordo totalmente com essa teoria. Existem algumas situações em que, de fato, temos que arriscar. Outras, talvez seja melhor o silêncio. Vou contar-lhes algumas histórias.

Imaginem um homem chamado Pedro. Menino confiável, responsável, estudioso.
Sempre foi muito certo e lógico. Não fazia mal a ninguém. Tinha poucos amigos, em quem confiava. Gostava de ter o controle das coisas, de saber o que iria acontecer. Poucas vezes gostou realmente de alguém.

Na primeira delas, Pedro apaixonou-se por uma mulher chamada Aline. A viu pela primeira vez na escola. Descobriu posteriormente que também eram da mesma igreja. Aline deixava-o com frio na barriga, sem palavras, suando frio. Pedro, muito tímido de início, aos poucos desenvolveu uma amizade com Aline. Finalmente, Pedro estava caidinho por ela, disposto a amá-la com tudo o que era e tinha. Mas, Aline, entretanto, não enxergava os sentimentos, assim como Pedro, e por ser mais velha, desprezou-o, considerando que eles nunca poderiam dar certo. Pedro ficou arrasado. Não acreditava que a idade poderia ser maior que o amor. Passava sempre suas noites acordado, sentindo o cheiro suave de Aline ao seu lado, sussurando em seus ouvidos, olhando em seus olhos. De repente, em meio ao sonho, acordava desesperado.. a lembrar o "não" de Aline. E foi assim por meses.

O tempo passou.. Pedro continuou sua vida. Distanciou-se de Aline, para evitar sofrimentos, apesar de ainda continuar pensando nela às vezes. Bem, Pedro conheceu outras mulheres.

Quando achava que ficaria só por muito tempo, apareceu Nicole. Pedro acabara de entrar no colegial. Não conhecia ninguém por lá, mas, rapidamente, enturmou-se e começou aquela nova fase de sua vida: escola, estudos, pessoas. Nicole, sutilmente, conquistou-o. Eram da mesma sala, mas demoraram a perceberem-se. Nicole veio se aproximando devagar. Conversas animadas, papos após provas, até que um dia se beijaram. Estavam tão fora do mundo, que por meses fizeram dos seus dias contos de fadas. Eram um casal lindo, entendiam-se facilmente. Imploravam ao relógio que parasse de contar os segundos, para que pudessem ficar somente mais um pouquinho lado a lado. O tempo passou. Longos dias, vastos dias. E com o tempo, foi-se essa "primeira paixão". Pedro, mais maduro, passou a enxergar dificuldades no relacionamento. Nicole, com seu jeito "tudo dá certo no final", iniciou longos dias de brigas intensas com Pedro. Aquele conto de fadas foi substituido por momentos ruins, de desconfiança, ciúmes. Até que Pedro, vendo que o fim era certo, entrou na semana mais dolorosa de toda sua vida. Após noites mal durmidas, aquela interrogação fez Pedro pesar todas as situações possíveis, não apenas seus sentimentos, mas o futuro, a capacidade de recuperação que os dois teriam, e enfim, decidiu escrever um ponto final naquela história tão linda, onde somente existiam vírgulas, reticências e pontos de exclamação. Nicole relutou muito. Ela amava muito Pedro, mas não conseguia enxergar o que ele enxergava. Os dois se distanciaram, Nicole sofreu, mas superou meses depois, com um outro homem.

O tempo passou. E com ele, vieram dias cada vez mais frios, amargos. As músicas lembravam Nicole, as estrelas, os brilhos, as conversas, as intimidades. Não havia mais sentido para respirar. Pedro rapidamente buscou em outros lugares preencher aquele vazio enorme em seu peito. Aquele vazio que tornara seu coração uma pedra de gelo. Fez novos amigos, foi à festas. Até que conheceu Ana. Menina nova na escola, cheia de garotos à seus pés. Mas, quando Pedro a olhava, parecia que ela tinha o poder de penetrar na sua alma. Pedro encantou-se por Ana. De repente, viu-se com ela ao seu lado. Após algumas conversas, estavam juntos. Ana tinha um jeito especial de ser, menina misteriosa. Por um momento, Pedro sentiu seu coração aquecido novamente. Sentia-se feliz com ela. Mas durou pouco tempo. Ana o deixou. Sem motivos, sem razão, sem satisfação. Ana simplesmente sumiu. Os amigos de Pedro avisaram-no para ter cuidado com seus sentimentos, não se apegar à Ana, mas ele inocentemente não deteve seu coração. Pedro, tão sistemático, tão frio para tantas coisas, fora vencido facilmente, e novamente, por uma mulher.

O relógio continou a bater, por ora velozmente, por ora lentamente. Pedro voltou ao estado vazio em que antes encontrava-se. Sem Aline, Nicole e Ana. Apenas lembranças. Seus amigos, sempre ao seu lado, tentavam animá-lo, dizendo que um dia ele iria encontrar alguém, que o faria plenamente feliz, e não o deixaria nunca. Pedro, desiludido por tantas situações, já não via mais graça nas coisas. Tornou-se cada vez mais fechado, com medo de amar novamente, mesmo sabendo que se apaixonar é inevitável.

Passou então a se dedicar inteiramente aos estudos. Jogava futebol às vezes. Aliás, o esporte aliviava sua dor. Enquanto jogava, esquecia por instantes tantos momentos guardados na memória. Cultivou amizades.. Participou mais efetivamente na igreja onde congregava desde seus nascimento. Aos poucos, conseguiu "enganar" sua mente e seu coração. Desde então, Pedro fugia do amor. Quando percebia que alguém tentava se aproximar, Pedro sumia, desaparecia. Preferia sofrer pouco sumindo, do que muito futuramente. Bem, seus dias pareciam se revezar: uns regulares, outros ruins. Nada de novo acontecia. Pedro preenchia seus fins de tarde com músicas tristes. Não sonhava mais, nem acordado, nem a dormir.

Como dito, Pedro tinha poucos amigos, e algumas amigas.

Uma delas, começou a atrair a atenção de Pedro. Era linda, responsável. Confiava muito em Pedro. Chamava Yasmin. Tinha uma família impecável. Teoricamente, Pedro poderia ser muito feliz com Yasmin. Mas, como tudo na vida, havia um problema. Eles eram muito amigos. Vocês podem pensar, que mal há nisso? Um grande amor é também uma grande amizade, não é? Sim, mas Yasmin não enxergava isso. Pedro, por muitos dias relutou tal sentimento. Medo de não dar certo, medo de perder a amizade. Pedro decidiu fazer um teste. Afastaria-se por um tempo, para ver se Yasmin sentiria sua falta. Sumiu, então. Sofreu para ser indiferente, mas conseguiu. O resultado ? Yasmin sentiu sua falta, e estranhou muito aquela distância, mas, quando conversaram novamente, após dias, Pedro tinha vontade de dizê-la que ela havia se tornado a única estrela em que ele enxergava em suas noites. Gostaria de poder fazê-la feliz, abraçá-la. Mas, ela, disse apenas para ele largar a mão de ser bobo, para voltar ao normal. Que ele era o melhor amigo dela, e ela precisava dele. Aquilo acabou com Pedro.
Ele conseguia enxergar os dois juntos. Mas, ela não. Pedro seria, no máximo, mais um amigo que ela teria em sua vida. Nada mais. Talvez ela até achasse Pedro interessante, mas por algum motivo, não daria nunca uma chance para ele. Pedro nunca disse nada à ela sobre o que sentiu, nem tinha pretensões de dizer. Foi vencido pelo medo. Sua mente, lógica e correta, convenceu-o a deixar pra lá, a sumir de novo por alguns dias, para que o sentimento mais lindo do mundo, que tinha o afetado, fosse embora novamente, para algum dia, em alguma outra situação, com outro alguém quem sabe, retornar.

Será que o amor realmente existe? Será que vale a pena arriscar? Tire suas próprias conclusões.

Até esse exato momento, Pedro continua buscando motivos para ainda respirar. À espera de alguém, que um dia possa sentir o que poucas vezes ele sentiu, com tanta intensidade, e que possa fazer valer a pena a sua esperança.

Esperança essa, que o faz suportar os dias, e muito mais agora, as noites.

sábado, 26 de junho de 2010

Freedom .

Final de curso ontem, 25/06/2010 *-*

Graças a Deus acabou.. 1 ano e meio na luta, na correria, na paciência e força de vontade. Grandes momentos, alegrias, histórias, amigos. Pequenos detalhes, sacríficios, nervosismos, medos vencidos.

Quantas tardes, em que eu desejei ir pra casa.. E agora, gostaria de poder estender por muito mais tempo. Realmente, é verdade quando dizem que se você possui pessoas na qual confia e passa momentos agradáveis, tudo se transforma positivamente.

Aulas cansativas e códigos atrás de códigos, mas com eles, amigos de verdade, foi que conseguimos. Vencemos. Vencemos a apresentação final; os jogos de futebol nos intervalos da vida; as aulas vagas que nós preenchemos de felicidade e companheirismo; as provas fáceis.. e difíceis também; o gelo na barriga quando precisava explicar algo pra sala *-*; o primeiro amor, lado a lado, no primeiro semestre; os amigos que encontrei, e que vou levar pra vida.

Cada detalhe, gravado na minha memória, inclusive as pretisses que nós fazíamos na sala de aula, as zoeiras e gargalhadas, a volta no busão todos os dias SAUHASUHAHU Como foi bom tudo isso!

Por essas e outras, que a vida ainda faz sentido. Por causa de pessoas boas que ainda existem no mundo. Por causa dos sonhos, que podem não acontecer hoje, mas que um dia irão acontecer.

Obrigado ID3. Mesmo aqueles que não tive a oportunidade de conversar, me aproximar, agradeço a todos, alunos e professores. Pra sempre na minha vida, marcados no meu coração.

E à todas as dificuldades, momentos ruins, desabafos com amigos, que também apareceram nesse período, vontades de chorar às vezes.. fica aquela minha velha frase de sempre:

"O que não me mata, me fortalece."

E que venha o resto de 2010,
porque eu, sem medo e com a cara à mostra,
com Deus à frente, continuo de pé, continuo lutando.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Visibilidade é tudo na vida .

Uns amigos me falaram que os senhores estão para destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca Nike e que, para esse fim, uma máquina especial já teria até sido adquirida. A razão desta cartinha é um pedido. Um pedido muito urgente.
Antes de mais nada, devo dizer aos senhores que nada tenho contra a destruição de tênis, ou de bonecas Barbie, ou de qualquer coisa que tenha sido pirateada. Afinal, a marca é dos senhores, e quem usa essa marca indevidamente sabe que está correndo um risco. Destruam, portanto. Com a máquina, sem a máquina, destruam. Destruir é um direito dos senhores.
Mas, por favor, reservem um par, um único par desses tênis que serão destruídos para este que vos escreve. Este pedido é motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um grande admirador da marca Nike, mesmo falsificada. Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo confessar que não vi grande diferença deles para os verdadeiros.
Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou pobre, pobre e ignorante. Quem está escrevendo esta carta para mim é um vizinho, homem bondoso. Ele vai inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho dinheiro para o selo. Nem dinheiro para selo, nem para qualquer outra coisa: sou pobre como um rato. Mas a pobreza não impede de sonhar, e eu sempre sonhei com um tênis Nike. Os senhores não têm ideia de como isso será importante para mim. Meus amigos, por exemplo, vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. Eu direi, naturalmente, que foi presente (não quero que pensem que andei roubando), mas sei que a admiração deles não diminuirá: afinal, quem pode receber um Nike de presente pode receber muitas outras coisas. Verão que não sou o coitado que pareço.
Uma última ponderação: a mim não importa que o tênis seja falsificado, que ele leve a marca Nike sem ser Nike. Porque, vejam, tudo em minha vida é assim. Moro num barraco que não pode ser chamado de casa, mas, para todos os efeitos, chamo-o de casa.
Uso a camiseta de uma universidade americana, com dizeres em inglês, que não entendo, mas nunca estive nem sequer perto da universidade – é uma camiseta que encontrei no lixo. E assim por diante.
Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho grande, embora eu tenha pé pequeno. Não me desagradaria nada fingir que tenho pé grande. Dá à pessoa uma certa importância. E depois, quanto maior o tênis, mais visível ele é. E, como diz o meu vizinho aqui, visibilidade é tudo na vida.

(Vânia Duarte)

sábado, 5 de junho de 2010

Despedida dum gênio .

“Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapos e me presenteasse com mais um pedaço de vida, eu aproveitaria esse tempo o mais que pudesse. Possivelmente não diria tudo o que penso, mas definitivamente pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não por aquilo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, porque entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais se detivessem, acordaria quando os demais dormissem. Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, deitava-me ao sol, deixando a descoberto, não somente o meu corpo, como também a minha alma. Aos homens, eu provaria quão equivocado estão ao pensar que deixam de se enamorar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se enamorar. A um menino eu dar-lhe-ia asas e apenas lhe pediria que aprendesse a voar. Aos velhos ensinaria que a morte não chega com o fim da vida, mas sim com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vós, homens… Aprendi que todo o mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.
Aprendi que quando um recém nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, o agarrou para sempre. Aprendi que um homem só tem direito a olhar o outro de cima para baixo, quando está a ajudá-lo a levantar-se. São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas agora, realmente de pouco me irão servir, porque quando me guardarem dentro dessa caixa, infelizmente estarei morrendo. Diz sempre o que sentes e faz o que pensas. Supondo que hoje seria a última vez que te vou ver dormir, abraçar-te-ia fortemente e rezaria ao Senhor para poder ser o guardião da tua alma. Supondo que estes são os últimos minutos que te vejo, dir-te-ia “Amo-te” e não assumiria, loucamente, que já o sabes. Existe sempre um amanhã em que a vida nos dá outra oportunidade para fazermos as coisas bem, mas pensando que hoje é tudo o que nos resta, gostaria de te dizer o quanto te quero, que nunca te esquecerei. O amanhã não está assegurado a ninguém, jovens ou velhos. Hoje pode ser a última vez que vejas aqueles que amas. Por isso, não esperes mais, fá-lo hoje, porque o amanhã pode nunca chegar. Senão, lamentarás o dia em que não tiveste tempo para um sorriso, um abraço, um beijo e o teres estado muito ocupado para atenderes esse último desejo. Mantém os que amas junto de ti, diz-lhes ao ouvido o muito que precisas deles, o quanto lhes queres e trata-os bem, aproveita para lhes dizer, “perdoa-me”, “por favor”, “obrigado” e todas as palavras de amor que conheces. Não serás recordado pelos teus pensamentos secretos. Pede ao Senhor a força e a sabedoria para os expressar. Demonstra aos teus amigos e seres queridos o quanto são importantes para ti."


(Gabriel Garcia Marques)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O começo do amor..


"Lamento admitir, mas o Nelson Rodrigues tem razão, o amor não morre. Nunca. Por mais que o enterremos, o afoguemos, tentemos esfaqueá-lo, esquartejá-lo ou incinerá-lo, ao contrário do frágil ódio, o amor perdura. O amor que foi continua sendo. Mesmo se a decepção, a traição, o rancor, o ciúme, o egoísmo ou a morte tenham destruído um relacionamento, o amor que um dia aconteceu é para sempre. Podes sentir ciúme dos “ex”s de tua amada. Aqueles que passaram pela vida dela carregam um todo dessa mulher que tu nunca vais ter. Do mesmo modo, as ex-namoradas de teu marido das quais “roubaste” o cargo de esposa, roubaram de ti românticos capítulos da juventude desse homem que jamais terás. Mesmo que hoje ele as odeie, as despreze e nunca mais as veja, um todo de cada uma delas está presente nele. Para sempre. Quem pode roubar de nós o primeiro beijo roubado? O primeiro é o primeiro. Se tu não foste o autor do primeiro, tu serás, no máximo, o primeiro de língua, o primeiro na padaria, o primeiro com aparelho nos dentes... O primeiro mesmo, meu caro, já foi e dela ninguém tira. Admite. Admite o quão verdadeiros foram as confissões babacas ao pé-do-ouvido, as primeiras flores recebidas, as fugas e desculpas para ver o “grande amor da minha vida”, o beijo flagrado naquela tarde embaixo da mangueira e que só foi o que foi porque teve um beijo, um abelhudo e uma mangueira que jamais voltarão. Não precisam. São eternos. Ainda que o amado tenha sumido, o abelhudo, morrido e a mangueira, sido cortada. Admite que teu amado de hoje foi aprimorado pelas outras mulheres que ele amou. Que as flores que recebes hoje são filhas do primeiro buquê que ele comprou cujo perfume ainda está nele. Admite que a paciência dele com tua TPM foi conquistada por outra menina que não contou com a mesma complacência. Que as delicadezas que ele hoje tem contigo não vieram das conversas com os amigos, mas de aulas práticas ministradas por almas do sexo feminino encantadora do que aquela primeira que te fez homem. Aceite o fato de que o olhar carinhoso que hoje te derrete foi ensaiado em outros rapazes e que os beijos que agora recebes são jóias lapidadas por outras bocas. Graças a elas, não recebeste um diamante bruto. Admite que teu amado não é teu. Há nele algo tão “ele” que jamais terás, feito de partes que outras tiveram, feito de um todo que também levarás. Admite que tua amada não é tua. Há nela um Bruno, um Carlos, um Luís tão dela quanto ela mesma. Amores verdadeiramente amados que nunca morrerão e que a fazem ser quem é, que fazem todos ser quem são. Admitir isso é o começo do amor."

(Fábio Reynol)